Natal

Com mais de seis décadas de natais vividos, posso dizer que conheço bem o espírito de Natal e sei que ele é plural. Bem plural.
Já conheci o espírito romântico do Natal; já conheci o espírito transcendente do Natal; já conheci o espírito religioso do Natal; o espírito espírita do Natal; o espírito esportivo do Natal e vários outros, com direito a até perispírito de Natal. O espírito amoroso, o espírito bêbado, o espírito cético e, claro, o espírito do capitalismo.
Mas nenhum, nem de longe, se compara ao espírito de porco de Natal. Este é de uma pluralidade imensa, cheio de subtipos, ao gosto do freguês.
Mesmo assim, o Natal parece ser uma efeméride que, mais que qualquer outra, desnuda a gente.
O que fazemos com isso costuma depender de fatores diversos.
Nesta noite, não sem uma certa ponta de saudade de tempos que nunca mais voltarão e com a consciência doída das limitações inevitáveis, celebro a presença de meus pais, nonagenários, neste plano. Que o Menino Jesus abençoe minha pequena Sagrada família, livre de espíritos natalinos, que quase não dizem mais nada para eles.
Que eles saibam/sintam que eu os amo.
Feliz Natal a todos que assim o desejarem!

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