Dividi o amor que amo em partes desproporcionalmente iguais entre cada você que amei (você sabe se): a conta não fechou.
Sobrou amor no peito, sobrou rejeito, sobrou como resto de bolo, fim de festa: meleca de doce, salgados, algaravia, pança cheia.
Na festa que sonhei, faltou gente demais. E a conta não fechou.
De tantos vocês que amei, faltou um qualquer. Que enchesse de som, talvez, o vazio das manhãs quietas de domingos e calasse a dor de encarar as segundas.
Nos dias úteis, a sensação que – oca – ecoa, diz tão inútil, esse amor, essa conta não fecha!
E nestes dias sem fim, vivendo a um palmo e meio de uma forma inteligente a se multiplicar sem saber pra que, perguntar pelo nexo entre o bolo e as formigas é querer demais.
Computados os mortos, descartados os vivos… a conta não fecha.